Antes de conceituar os termos pertencer ou encaixar, convido vocês a uma reflexão: imaginem um jogo de quebra cabeça. Agora vamos pensar sobre o que é necessário para dar início ao jogo e concluí-lo. Inicialmente, se faz necessário observar a imagem a ser montada na caixa, quantidade de peças, perceber as formas, cores e padrões para que o jogo aconteça.

O desafio desse jogo começa com números variados de peças, encaixes, cores e possíveis regras, como limitação de tempo e quantidade de participantes. Lembrando que cada participante tem sua maneira única de dar início ao jogo. E a conclusão se dá pelo encaixe de todas as peças, até que se forme a imagem padrão do jogo.

Agora, vamos pensar na aplicabilidade desse jogo no nosso dia a dia. Pois bem, assim como no jogo, é necessário observarmos alguns critérios para termos sucesso. Na vida, para sermos assertivos e, aceitar e/ou acreditar que pertencemos a quaisquer grupos, relações, espaços e lugares, que nos sintamos bem ou que nos faça bem, é preciso pensarmos sobre nossas escolhas diante das possibilidades que nos são apresentadas e das relações que estabelecemos diariamente…

Mas afinal, qual a diferença entre pertencer e encaixar?

Pertencer é reconhecer a si mesmo. É dar importância ao que sente e ao que pensa. É aquilo que é suave, leve, tranquilo, não causa dor, sofrimento ou angústia. Apenas acontece. Alguns exemplos comuns ao nosso dia a dia: pertencer ao grupo de líderes escolares, pertencer ao grupo de mães do fundamental integral da escola, pertencer ao grupo de leitura de romances, pertencer ao time de futebol, vôlei, futsal, academia feminina e assim por diante.

São todos os lugares que você deseje estar, queira participar e participe de forma ativa, dê sua opinião, assim como também, esteja aberto (a) a ouvir e entender aos demais. Eu gosto de pensar no pertencer como um sapato, que nos cabe sob medida, que entra sem esforço, não aperta e não deixa marcas.

Já o encaixar é o oposto do pertencer. É quando diante das relações, percebemos que estamos mentindo para nós mesmos. Sobre o que sentimos, sobre quem somos, sobre o que estamos vivendo. Nossa percepção de escolha é limitada, condicionada, a enxergar mínimas possibilidades que nos levam a um caminho que é percorrido por medo, angústia, sofrimento e julgamento social. E tentar entrar em um lugar que não nos cabe, é apertado, exige, nos é imposto e gera culpa.

Alguns exemplos comuns ao nosso dia a dia: Cortar seu cabelo, conforme seus amigos pedem, porque para participar desse grupo, é necessário que todos tenham o mesmo tipo de corte. É querer frequentar o mesmo restaurante que seus amigos, e ficar no espaço para fumantes, mesmo que você não fume. É ir ao show, teatro, cinema que você não tem afinidade, mais como todo o grupo vai, eu também tenho que ir, nem que seja para participar dos comentários após o passeio e entre tantas outras ações que acontecem e nem percebemos.

Eu gosto de pensar no encaixar como uma peça de roupa que não nos cabe, que incomoda, que dá trabalho para vestir e ainda deixa marcas. Espero que vocês possam pensar sobre a temática, e que possam perceber as possibilidades que a vida apresenta para cada um de vocês e como vocês querem pertencer onde quer que vocês estejam.

 

Até breve,
Psicóloga Simone Rêgo 

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