Quando comecei a pensar no que gostaria de escrever, pensei que eu gostaria dar um presente para as mamães. Por isso, escolhi um tema que acomete a todas nós: a culpa materna. Dizem que esse sentimento nasce quando nasce um filho. Nos sentimos culpadas quando idealizamos um parto normal e temos uma cesariana, quando desejamos amamentar e a amamentação acaba não dando certo, e outras situações. Mas na minha prática clínica, percebo que a culpa se instala em definitivo quando precisamos decidir entre ficar em casa com o bebê ou voltar ao trabalho.

                Há alguns dias, ouvi de uma recém-mãe que ela não imaginava o quanto a maternidade era difícil. E é mesmo! Mas poucas pessoas falam disso. Nós mesmas, mulheres e mães tentamos parecer perfeitas aos olhos dos outros e mostrar uma realidade que não é verdadeira. Queremos mostrar nossos bebês cheirosos, arrumadinhos, nos vestir como princesas, magras e maquiadas com um pequeno nos braços. É incongruente.  A verdade é outra. E aí, quando nos vemos sozinhas começamos a nos culpar porque o que vemos lá fora não é assim. Só eu não consigo tempo de tomar banho, só eu não consigo fazer comida e limpar a casa. Todo mundo consegue, menos eu.  Entramos nesse espiral de nos cobrar e vamos deixando o pacote da culpa cada dia mais pesado.

É uma realidade o fato de que vivemos numa sociedade machista que impõe à mulher muitas obrigações. Culturalmente, acabamos internalizando isso como verdade e nos cobramos ser supermulheres que dão conta da casa, dos filhos, do parceiro, dos pais, do trabalho, dos amigos e findamos por nos colocar em último lugar, muitas vezes não sobrando tempo para o nosso autocuidado.

5 formas de amenizar a culpa

Pensando sobre isso, decidi sugerir aqui 5 formas de amenizar esse sentimento que pode ser tão pesado:

1) Assuma que ninguém é perfeito: quando falamos em seres humanos, falamos de imperfeição. Não exija que seus filhos sejam perfeitos, não se cobre ser perfeita porque ninguém é. Quando você passa a aceitar que está tudo bem errar e aprender com os erros, sua vivência se torna mais leve.

2) Substitua a autocobrança por amor próprio: ao invés de dizer a si mesmo palavras de autodepreciação, tente se colocar para cima. Se uma amiga estivesse triste por não estar dando conta de tudo, o que você diria a ela? Com certeza, seriam palavras de acolhimento e incentivo! Experimente fazer o mesmo com você. Você precisa se amar para ensinar aos seus filhos que eles também precisam amar a si mesmos.  

3) Evite comparações: esse comportamento só nos desestimula, até porque não conhecemos a realidade dos outros. Sabe aquela história de não calçar o sapato do outro pra ver onde o calo aperta? É bem isso! O que vemos nas redes sociais não é real. Vemos um fragmento, um momento e não a vida da pessoa. Não vemos seu esforço, sua dedicação e as tentativas que deram errado antes daquela vitória.

4) Reconheça suas limitações: ouvimos o tempo todo que somos multitarefas, mas em alguns momentos da vida estamos tão sobrecarregadas cognitivamente com tantas responsabilidades e compromissos que nossa concentração, foco e atenção ficam prejudicados e aí pensamos que somos incapazes, quando na verdade, só precisamos admitir que o dia tem 24h e que precisamos descansar. Ajuda bastante definir metas reais para sua rotina e para a sua vida, estabelecendo prioridades e prazos. Organização é tudo!

 5) Autoconhecimento: quanto mais desse ingrediente, melhor. Quando nos conhecemos, aprendemos a fazer melhores escolhas, de acordo com o que nos faz bem, passamos a ser mais fiéis às nossas metas e a nos priorizar, ouvindo menos a opinião alheia, seguindo mais a nossa própria intuição. Fazer terapia é uma excelente forma de busca pelo autoconhecimento.

Se você quer saber como a terapia pode te ajudar a lidar melhor com a culpa e outras emoções conturbadas da maternidade, não deixe de nos procurar! A Clínica PsiU conta com uma equipe de psicólogas dispostas a te ajudar! Venha nos conhecer!

Psicóloga Andressa Moura Lewek – CRP 06/132536