Desde que o mundo é mundo, dinheiro é um dos assuntos mais importante dentro de uma família. A partir dele que é possível realizar conquistas como comprar a casa própria, o primeiro carro, realizar a viagem dos sonhos ou investir numa educação em escola particular para os filhos.
Quando um casal decidi dividir suas vidas e morarem sob o mesmo teto, existe um pacto de construírem a sua família, e o compartilhamento das finanças vem naturalmente. Isso não quer dizer “separar” meio a meio as contas, e sim ambos terem conhecimento e acesso às finanças da casa.
Vejo que é muito comum casais não terem este tipo de consciência e cada um cuidar da sua própria conta, ou se apenas um dos dois for a principal renda da casa, pode acontecer desta pessoa ter total controle das finanças e a outra pessoa não ter acesso.
E em ambos os casos se gera muito conflito e incomodo, até mesmo podendo ser uma forma de controle dentro da relação para realizar desejo apenas de uma das partes, por exemplo “isso eu não pago para você fazer”, ou “já que o dinheiro é meu, eu não quero que você faça isso”. E pode acreditar, isso são elementos muito comuns em relacionamentos abusivos.
Desta forma, seguem 4 sinais que as questões financeiras podem, sim, ser um grande problema no seu relacionamento:
1 – Vocês não possuem contas compartilhadas
No instante em que as pessoas vão morar juntas elas estabelecem um acordo de serem parceiras da vida e estarem construindo sua família. Este compartilhamento engloba cuidar na saúde e na doença, na alegria e na tristeza, e também na riqueza e na pobreza. E esse pacto não está ligado a se casar na igreja, acredite!
Logo, as contas, os ganhos e as finanças passam a ser dos dois, e a ideia de “nós” passa a predominar. Até mesmo se elas não tiverem um vinculo civil formal, se morarem juntos por um determinado período, a justiça entende que há união estável e considera que todas as conquistas materiais são dos dois.
Isso significa que se vocês são uma família, o dinheiro é da família e os dois tem direito e a responsabilidade a acessar todas as informações, contribuições e gastos da família. O primeiro passo é criar uma conta conjunta e ser conversado sobre os ganhos e gastos.
É claro que o bom senso é importantíssimo, como, por exemplo, não é necessário conversar sobre ir ao supermercado para comprar coisas para casa, mas é importante conversar sobre investimentos ou compras de valores maiores que vão impactar nas economias.
2 – Vocês não conversam sobre as dívidas
Naturalmente quando se faz investimentos ou compram-se itens ocorrem comprometimentos financeiros e se isso não for conversado podem virar dívidas altas.
Lembro-me de um casal que por diversas razões decidiu parar de conversar entre eles e eles possuíam conta conjunta. Quando foram realizar o casamento de uma das suas filhas o conflito se tornou ainda maior, pois a esposa que estava organizando mais proximamente o casamento fazia compromissos financeiros sem o marido saber e o marido comprava itens sem conversar com a esposa, ambos impactando de forma prejudicial as economias da família. Dá para imaginar o tamanho da bola de neve, né?!
A solução nesse caso foi criar uma planilha de gastos do casamento e dos valores das parcelas futuras para resolver este problema, sem prejudicar as contas da casa.
3 – Vocês não planejam as conquistas
É natural as pessoas terem sonhos, e de modo geral os sonhos vêm junto com investimentos financeiros. Como exemplo de sonhos a compra da casa própria, ou a troca do carro, ou a viagem tão desejada.
E para isso acontecer é necessário um planejamento, ser escolhido junto o que será feito, e qual a melhor forma para realizar o investimento.
Como exemplo, gostaria de compartilhar, até uma história pessoal, recentemente, após dois anos de planejamento, o meu marido e eu tivemos oportunidade de realizar uma viagem dos nossos sonhos. Como o investimento era alto, tivemos que nos programar e nos organizar financeiramente para conseguirmos concretiza-la. Felizmente foi algo muito legal e que não prejudicou as nossas finanças.
4 – Vocês não possuem um controle de entradas e saídas
Esse é o ponto mais importante e a dica de ouro!!! Dinheiro é muittttooooo volátil e é comum “não sentirmos ele sair”, quando olha a conta é um baita susto. E infelizmente a gente não aprende desde pequeno a cuidar disso, muito pelo contrário, é comum as pessoas acharem que quem cuida do dinheiro ou pensa em ter maior rentabilidade são pessoas “ambiciosas”, como se isso fosse uma coisa ruim.
O dinheiro é um aspecto da nossa vida, como outro qualquer que precisa de cuidado. Por exemplo, a gente come saudavelmente todos os dias, realiza prática de exercícios físicos, dorme um sono de qualidade, cuida da saúde emocional e das relações afetivas, então por quê não cuidar da saúde financeira também?
As finanças da casa precisam de um acompanhamento próximo. Entender as entradas e as saídas é imprescindível para ter controle dos gastos e não ter problemas financeiros.
Além do acompanhamento regular, é importante termos claro que devemos gastar MENOS do que ganhamos. Pode parecer “chover no molhado” essa frase, mas quem não cuida das suas finanças não vê para onde está indo o dinheiro, e dessa forma é muitooo fácil estourar os gastos e no final do mês estar negativado ou usando dinheiro da própria reserva, se realmente tiver uma reserva.
Normalmente sempre tem um da casa que tem maior afinidade com isso, e ter uma planilha no Excel ou aplicativo do celular, como o Guia Bolso, ajuda muito a ter claro estes gastos e investimentos. Acompanhar periodicamente é importante para entender como está a saúde financeira do casal.
E para completar o tema, gostaria de te convidar para assistir ao filme “Amor por contrato”. A história se discorre sobre uma família exemplo, o qual “vende” o sonho da família perfeita.
Como plano de fundo conta a história dos seus vizinhos, a família Symonds, que deixa muito claro a questão de um casal não conversar sobre as finanças da família, se endividando a ponto de literalmente se vê “afogados” em contas. Vale a pena conferir!
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